5 Momentos na História em que a hiperinflação parou a economia
Dentro e fora do Brasil, conheça situações em que os preços dobravam em menos de um dia.
Postado em: 11/03/2019
Em 2019, o Plano Real completa 25 anos. Com a inflação atual na casa dos 4,5% ao ano, é até difícil imaginar um tempo em que você recebia o salário de manhã e corria para o supermercado para estocar produtos antes que o remarcador de preços etiquetasse com um preço maior.
Quem conhece o histórico da inflação no Brasil sabe que esse tempo existiu e foi duro, uma época em que o país vivia a hiperinflação, forte recessão e desvalorização acentuada da moeda devido ao descontrole das contas públicas, aos péssimos índices econômicos, a economia patinava, o desenvolvimento econômico e social deixava a desejar, e havia impressão desmedida de dinheiro.
Apesar disso, a taxa de inflação de 82,4% ao mês que o Brasil registrou entre dezembro de 1989 e março de 1990, quando as moedas eram o cruzeiro e o cruzado e os preços dobravam a cada 35 dias, é apenas um entre os 58 episódios de hiperinflação que o mundo já registrou, e nem foi dos maiores. Você saberia dizer quais foram os maiores casos de hiperinflação da história?
O que é hiperinflação?
Antes de entrar nos casos históricos propriamente ditos, cabe explicar que, em Macroeconomia, hiperinflação é aquela inflação fora de controle, quando ocorre o encarecimento rápido dos produtos, recessão e desvalorização acentuada da moeda devido ao descontrole das contas públicas e à impressão desenfreada de moeda.
A causa da hiperinflação pode ser simplesmente a emissão desordenada de moeda, quando o governo imprime dinheiro novo para financiar seus gastos. Se a quantidade de dinheiro aumenta, o poder de compra da unidade monetária diminui, e a quantidade de bens que pode ser adquirida com uma unidade desse dinheiro também se reduz. Porém, outros fatores macroeconômicos também podem levar à inflação alta ou hiperinflação, como câmbio, pagamento de reparações de guerra, etc.
Agora, voltando ao assunto, veja quais foram os maiores casos de hiperinflação da história:
1 – Hungria, logo após a Segunda Guerra Mundial
O pior caso de hiperinflação que se tem registro aconteceu na Hungria pós-guerra, quando a moeda do país era o Pengõ. À época, mais precisamente em julho de 1946, o país registrou uma taxa de inflação mensal de 41.900.000.000.000.000%, ou 207% ao dia. Assim, os preços duplicavam a cada 15 horas, e o valor do dinheiro que os húngaros tinham na carteira a cada manhã se reduzia à metade até o fim do dia. A nota mais alta era de 100 trilhões de Pengõs húngaros e, literal e paradoxalmente, qualquer um era um milionário por lá, mas, com muito dinheiro e quase nenhum poder de compra.
2 – Zimbabwe, 2008
A economia do Zimbabwe sofreu com severa hiperinflação até 2009, tendo seu ponto alto em novembro de 2008, apresentando quedas do Produto Interno Bruto sucessivas durante anos. A sua moeda até a época, o Dólar zimbabuano, desvalorizava-se a taxas oficiais de 4500% ao mês, 98% ao dia, e os preços praticamente dobravam a cada 24 horas. O dinheiro ficou tão desvalorizado que, em maio de 2008, foi lançada a cédula de 500 milhões e, em julho do mesmo ano, foram lançadas cédulas com valores a partir de 100 bilhões de dólares zimbabweanos. Era fácil ser bilionário por lá, contudo, apesar do alto valor de face, com as cédulas dava para comprar apenas alguns poucos produtos no supermercado.
3 – Iugoslávia, 1994
A Iugoslávia era um país formado, após a Primeira Guerra Mundial, pelo que hoje são Bósnia, Croácia, Macedônia, Montenegro, Sérvia e Eslovênia. A crise econômica e política da década de 1980 provocou guerras que acabaram dividindo o país nessas nações. Diante dos gastos com conflitos internos e a queda no consumo, o governo começou a imprimir dinheiro, o que, somado ao gasto público descontrolado, culminou, em janeiro de 1994, com a hiperinflação de 313.000.000% ao mês, ou 65% ao dia. As pessoas se apressavam a gastar o Dinar iugoslavo assim que recebiam seus salários, e muitos compravam provimentos no país vizinho, a Hungria.
4 – Alemanha, após a Primeira Guerra Mundial
Talvez, o mais estudado de todos os casos de hiperinflação foi o sofrido pela Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial. Na época, a obrigação de pagar fortes indenizações às nações vencedoras e a caótica situação interna que impedia de obter pela via fiscal os ingressos de receita necessários induziram a República de Weimar (designação histórica pela qual é conhecida a república estabelecida na Alemanha após a Primeira Guerra) a financiar-se imprimindo papel-moeda, o Marco de Papel, sem nenhuma contenção.
Entre janeiro de 1922 e dezembro de 1923, a taxa acumulada de inflação ascendeu a um bilhão por cento. Em 1923, a situação alcançou um nível tão grande que os trabalhadores das fábricas recebiam a diária antecipada, recolhiam seus salários em malas e davam o dinheiro a suas esposas para que fossem no mercado comprar tudo que pudessem. O auge aconteceu em outubro daquele ano, alcançando 29.500% ao mês, ou 21% ao dia, com preços duplicando a cada 3 ou 4 dias.
5 – Grécia, 1944
A economia grega sofreu muito durante a ocupação por parte de países do Eixo, na Segunda Guerra Mundial. Os ocupantes levaram matérias-primas, gado e alimentos, e o governo foi obrigado a assumir os custos da ocupação. Uma queda na produção agrícola provocou uma escassez grave de alimentos nas principais cidades e um período conhecido como A Grande Fome. A falta de alimentos e mercadorias contribuiu para o aumento da inflação, a qual alcançou um pico de 13.800% em novembro de 1944, 18% ao dia.
Ainda que os aumentos de preços não tenham sido tão fortes quanto na Hungria ou na Alemanha do pós-guerra, os esforços de estabilização da Grécia demoraram mais para surtir efeito, e a hiperinflação perdurou por longos 18 meses, até o país conseguir maior estabilidade por meio de uma reforma fiscal, tomada de empréstimos e a introdução de uma nova moeda.
Agora que você viu que o Brasil, com uma taxa de inflação de 4,5% ao ano, vive um paraíso comparado a esses outros casos históricos e a nós mesmos antes do Plano Real, que tal aproveitar a estabilidade econômica para investir no seu futuro com uma previdência privada do Família Previdência? Corra no nosso site e faça uma simulação.
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