A tecnologia acabará com o dinheiro físico?
O uso dos dispositivos eletrônicos para pagar e fazer compras vem ganhando espaço entre os brasileiros
Postado em: 14/12/2021
Um novo hábito vem ganhando espaço e se expandiu com a pandemia entre os brasileiros: o uso dos dispositivos eletrônicos para pagar e fazer compras disparou. Tecnologias como o PIX, o sistema de transferências instantâneas, vem revolucionando o dia a dia e seu uso avança rapidamente.
Mas isso significa que o fim do dinheiro em papel está próximo? Não é bem assim.
O pagamento com papel-moeda ainda é o meio mais usado e mais unânime entre a população. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, barreiras de infraestrutura e renda, por exemplo, ainda impedem a universalização das ferramentas disponíveis.
Nos últimos dois anos, os especialistas observaram também uma “digitalização na marra”. Para receber auxílio ou manter os seus negócios, uma parcela dos brasileiros mais pobres passou a fazer transações digitais.
Contudo, o uso do dinheiro vivo ainda é forte. Ele representa praticidade, controle de gastos, ausência de taxas e uma chance de negociar preços e descontos no comércio local.
Dinheiro na mão: preferência nacional
Estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, divulgado em junho, indica que o dinheiro na mão ainda é o meio com maior alcance entre as pessoas. Esse foi o meio escolhido por 71% dos entrevistados, e 70,5% já afirmavam usar o PIX.
As proporções, no entanto, são bem maiores que o uso do cartão de débito (66%) e de crédito (57%) e das plataformas virtuais, como PagSeguro ou PayPal (32%), e do pagamento com QR Codes no celular (18%).
Os especialistas observam que a pandemia acelerou os processos de inovação tecnológica para os pagamentos, e a população tem aderido a esses novos meios. Porém, nas negociações em lojas físicas, o uso de cartões e de dinheiro predomina.
Já um levantamento do Banco Central sobre a relação dos brasileiros com o dinheiro mostrou que, em 2018, as notas físicas ainda eram a forma de pagamento mais recebida por estabelecimentos comerciais – 52% das operações. Essa participação, porém, está caindo: era de 57% no ano de 2013.
Os pagamentos com cartão de débito tiveram um movimento crescente: saíram de 4% das vendas feitas em 2013 para 15% em 2018.
Em 2020, houve uma desativação recorde de caixas eletrônicos. De acordo com informações do Banco Central, o país perdeu 7.441 terminais de autoatendimento para saques, encerrando o ano com 164 mil equipamentos pelo país. São 4% a menos que em 2019 e 11% a menos que em 2014, por exemplo.
Diante dessas mudanças, o mercado acredita que os dois meios de pagamento irão coexistir não só para preservar o direito de escolha do cidadão, mas porque cada um atende a um perfil de consumidor.
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