O gramado do lado é sempre mais verde?
Conheça três países em que não é fácil ser aposentado.
Postado em: 01/05/2019
No momento em que o Brasil vive o debate sobre a Reforma da Previdência Social, muita gente se pergunta: como será em outros países? Afinal, o gramado do lado é realmente mais verde que o nosso ou existem países em que ser aposentado é pior que aqui? Será que nossos aposentados estão tão mal assim?
Nós do Família Previdência fomos pesquisar e descobrimos que, em um ranking que estudou sistemas de previdência em 150 países, o Brasil estava, em 2014, na 61ª posição. O Índice Global de Aposentadoria, do banco Natixis, apresentava países como Suíça, Noruega e Áustria no topo da lista em contraponto a Zimbábue, Comores e Níger, nas últimas posições.
De uma forma geral, o ranking apresenta países com economias desenvolvidas no topo porque a avaliação considera fatores como níveis de renda per capita dos aposentados, acesso a serviços de saúde, nível de bem-estar, segurança, qualidade de vida e desigualdade social na sua formulação.
Ranking à parte, o sentimento geral de que “o gramado do lado é sempre mais verde que o meu” não condiz com toda a realidade, pelo menos não em termos de previdência e aposentadoria. Não estamos afirmando aqui que temos uma realidade de primeiro mundo e que não exista muita coisa a ser melhorada, mas encontramos lugares em que é bem mais complicado ser aposentado. Confira.
A China e sua colcha de retalhos
No país mais populoso do mundo, não existe uma agência previdenciária centralizada como o nosso INSS. O que existe é uma “colcha de retalhos”, onde cada estado possui seu programa de aposentadoria com regras desiguais e poucas garantias para pessoas que cruzam as fronteiras estaduais para trabalhar ou se aposentar.
Cerca de 2.500 governos municipais e regionais operam fundos de pensão, não apenas para funcionários públicos, mas também para todos os trabalhadores, incluindo migrantes temporários. Após intensos protestos realizados por aposentados que não foram pagos, esses governos locais começaram a "emprestar" dinheiro dos fundos de garantia criados para trabalhadores individuais e que deveriam ser protegidos, o que gerou uma dívida de mais de 350 bilhões de dólares.
É verdade que a China possui um Fundo Nacional de Segurança Social, considerado por muitos como o maior fundo soberano do mundo. Contudo, ele ainda é pequeno quando comparado aos fundos dos governos locais, e os cerca de 140 bilhões de dólares investidos no fundo não são capazes de cobrir a dívida previdenciária dos municípios.
Mais de 185 milhões de chineses têm mais de 60 anos de idade, e esse número irá dobrar até 2030. A insegurança previdenciária pode se tornar um problema ainda maior, pois, um estudo recente estima que, ao longo dos próximos 20 anos, o governo irá acumular 10,9 trilhões de dólares em passivos previdenciários.
A Grécia e os reflexos da sua depressão
A crise grega que abalou a economia mundial em abril de 2009 mantém reflexos ainda bastante presentes. A recessão no país europeu superou, em longevidade e danos, a grande depressão econômica que assolou os Estados Unidos em 1929 e é considerada, até hoje, como a grande crise do capitalismo.
A incapacidade grega de lidar com a questão previdenciária está na raiz do problema fiscal. Desde então, já foram mais de 12 cortes de benefícios, as pessoas recebem até 50% menos do que recebiam, mas o problema persiste. Um dos impasses é que a reforma da previdência de lá acabou acontecendo no olho do furacão, ou seja, em plena crise, com o país pressionado por uma comissão de credores. O resultado é que, até hoje, a Grécia não gera poupança capaz de garantir aposentadorias.
Em 2010 o sistema de aposentadoria que havia sido desenhado apenas para novos ingressantes foi estendido para mais grupos. Em 2015, foi ampliado para novos pedidos de aposentadoria, e no ano seguinte uma lei fez com que o sistema retroagisse para todos. Pelas novas regras, uma pessoa de 80 anos teria sua pensão reavaliada de acordo com o novo regime, e se seu valor fosse maior, ele só receberia a diferença temporariamente. Agora, virou lei que pensões existentes iriam diretamente para a nova reforma, e um novo sistema foi aplicado de forma retrospectiva mesmo para aposentados muito idosos.
O resultado é um drama para os aposentados gregos, pois as medidas adotadas pelo Governo de Atenas afetaram a aposentadoria dos 2,5 milhões de aposentados, principal fonte de renda de 52% das famílias. Os números da previdência de lá apontam que 45% dos aposentados recebe uma aposentadoria mensal inferior a 665 euros, abaixo do limite de pobreza fixado pela União Europeia. Apenas 14% recebem mais de 1.050 euros por mês. Mesmo com todo o aperto, a porcentagem da Previdência no PIB continuou crescendo e está em 17%, a mais alta da Europa.
O Chile e os altos níveis de suicídio entre aposentados
Fonte inspiradora para a formulação do projeto de Reforma da Previdência do governo brasileiro, o sistema de previdência chileno é influenciado pela obra de Milton Friedman, um dos mais prestigiados teóricos liberais do Mundo. Foi após ler diversas obras dele que José Piñera, ministro do ditador Augusto Pinochet, teve a ideia de transformar a teoria em prática, em 1980. Instituiu-se, então, um modelo de capitalização individual, em que o trabalhador passaria a contribuir não mais para um fundo comum a todos, mas para uma conta privada. Caberia a cada um a gestão de sua própria aposentadoria.
O modelo era interessantíssimo para o governo, pois enfrentava o problema da geração seguinte: como cada um só recebe o que paga, não vira um drama para o Estado o tamanho da geração seguinte nem o crescimento da expectativa de vida. Em outras palavras, quem consegue poupar, tem aposentadoria. Quem, por um motivo ou outro, não conseguiu poupar, fica desamparado pelo Estado. A exceção é um sistema de apoio para idosos pobres, mas os pagamentos são bem menores que um salário mínimo.
Os recursos passaram a ser administrados por fundos privados. Sem contrapartida do Estado ou das empresas, caberia cada um construir a sua aposentadoria. Porém, muitas pessoas não conseguiram contribuir o tempo necessário para fazer jus a uma aposentadoria melhor, ou então abandonaram suas contas porque perderam seus empregos. O resultado é que, hoje, os valores recebidos por quem já encerrou a vida laboral são, em média, de 30% a 40% do salário mínimo local – que gira em torno de US$ 450.
Sem poder arcar com as despesas básicas, o Chile está vivendo uma onda crescente de suicídios entre os aposentados. O Ministério da Saúde chileno, em parceria com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), publicou estudo mostrando que, entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos tiraram sua própria vida. No caso dos maiores de 80 anos, em média, 17,7 a cada 100 mil habitantes recorreram ao suicídio. Com isso, o Chile ocupa atualmente a primeira posição entre número de suicídios na América Latina.
Somos especialistas em previdência privada
Independentemente de como esteja o gramado do lado, é sempre importante saber que do nosso lado podemos fazê-lo sempre verde. Em termos de previdência, por exemplo, não precisamos depender da reforma proposta pelo governo. Podemos começar a cuidar do nosso jardim hoje, já! Não para ser um contraponto, mas como o próprio nome diz, uma previdência que seja complementar ao que receberemos – ou não - do INSS.
Para isso, conte com a segurança e expertise do Família Previdência, administrado pela Fundação CEEE, maior fundo de pensão do Rio Grande do Sul e um dos maiores do Brasil. A rentabilidade acumulada desde o lançamento (dezembro 2010) até dezembro de 2018 foi de 122,5%, praticamente o dobro da inflação registrada no mesmo período pelo INPC, que foi de 59,12%, e bem superior à poupança, que foi de 71,13%. É, sem dúvida, a opção mais sólida e segura para depositar o futuro dos seus empregados.
COMECE A SIMULAR O SEU PLANO