Previdência Privada ou Fundo de Investimentos a longo prazo: qual é a melhor alternativa?
A dúvida é comum, mas se a ideia for um projeto a longo prazo, a previdência apresenta muitas vantagens.
Postado em: 28/01/2020
A maioria dos brasileiros tem dificuldades de fazer um planejamento a longo prazo. Afinal, se já é difícil projetar como será a vida daqui a dez anos, imagina daqui a 30?
Essa incerteza no futuro, reflexo direto da nossa memória econômica inflacionária de poucos anos atrás, é a causa principal do nosso medo de investir a longo prazo. O resultado disso? Nós, brasileiros, optamos pela alternativa de maior liquidez e segurança: a poupança.
Mas nós já abordamos aqui que a caderneta de poupança não é o melhor investimento, muito menos a longo prazo, pois possui os rendimentos mais baixos do mercado e, muitas vezes, perde até mesmo para a inflação, como ocorreu em 2019, onde a poupança se desvalorizou 0,05%.
Mas, então, qual é a melhor opção para investir a longo prazo? Com uma busca rápida na internet, aparecem algumas opções com condições superiores no mercado. Entre as mais conhecidas, estão a previdência privada e o Fundo de Investimento.
Nós mesmos já abordamos os Fundos de Investimentos aqui em nosso blog, no artigo Por que optar pela Previdência Privada no lugar de um Fundo de Investimentos?. Porém, algumas pessoas ainda apresentam dúvidas sobre qual delas é a melhor. Vamos analisar?
Previdência privada X Fundo de investimento
O plano de previdência privada, você já sabe, é uma forma de guardar dinheiro com intuito de complementar a aposentadoria ou, então, para atingir objetivos de longo prazo.
Para ter direito ao benefício, o investidor deve contribuir por um intervalo de tempo, de acordo com o contrato firmado entre ele e a entidade. Uma vantagem é que, no fim do contrato, a pessoa pode fazer um único saque ou optar por uma renda temporária.
Já o Fundo de Investimento é uma espécie de condomínio que possui recursos financeiros de um grupo de investidores. Ao aplicar em fundos, você está comprando cotas, que são a menor parte de algum fundo (patrimônio).
Uma instituição financeira delega profissionais que serão responsáveis por gerir os recursos e realizar as aplicações no mercado para conseguir maior rentabilidade. Os investidores pagam uma taxa por esses serviços. Uma vantagem é a diversidade, pois existem diferentes tipos de fundos, cada um com sua determinada liquidez.
Uma análise comparativa de investimentos deve, obrigatoriamente, se ater a esses três fatores fundamentais para quem busca rentabilidade: taxas, tributação e riscos. Vamos comparar?
Taxas
No quesito taxas, é importante salientar que, na previdência privada, existem dois tipos de instituição que cobram taxas diferentes e que, por isso, podem resultar em rentabilidades bem distintas. Nós já abordamos aqui em nosso blog a diferença entre planos de previdência privada abertos, feitos em instituições financeiras tradicionais, como bancos e seguradoras, e em instituições sem fins lucrativos.
Vale lembrar que, em instituições financeiras, o objetivo principal é remunerar os acionistas, então, são cobradas maiores taxas de administração, taxas de carregamento e taxas de saída, as quais impactam negativamente sobre a rentabilidade que o investidor poderia obter. Já em instituições sem fins lucrativos, os fundos de pensão, é cobrada apenas uma pequena taxa de administração, e toda a rentabilidade obtida é revertida ao participante.
Assim também é com os Fundos de Investimento, em que a grande concorrência faz com que as taxas de administração sejam relativamente baixas.
Por isso, nesse quesito, se você for comparar um Fundo de Investimentos com uma previdência privada de bancos e seguradoras, o fundo de investimentos, certamente, levará vantagem. Porém, se comparar com a previdência privada sem fins lucrativos, há um empate entre ambos.
Tributação
Na previdência privada, a tributação somente será uma desvantagem se o resgate for feito a médio prazo, antes de dez anos, podendo chegar a 35% de Imposto de Renda. No entanto, para quem trabalha com investimento de longo prazo, acima de dez anos, é extremamente vantajosa.
Na previdência privada, o IR é recolhido de acordo com a tabela (progressiva ou regressiva) contratada. Se o plano for um VGBL, a taxa só será abatida sobre o valor do rendimento. Na hipótese de ser um PGBL, sobre todo o capital acumulado. Nesse caso, contudo, o cliente tem direito a uma dedução de até 12% da renda bruta tributável. Esse dinheiro pode ser reinvestido ou utilizado da forma mais conveniente.
No longo prazo, o IR de uma previdência privada pode chegar à alíquota mínima de 10% (pela tabela regressiva), e é cobrado apenas na hora do resgate, diferentemente de um fundo de investimentos, em que existe o chamado come-cotas, responsável por descontar 15% do dinheiro todos os semestres, o que impacta muito negativamente sobre o potencial de rentabilidade do investimento.
Riscos
Aqui temos a principal desvantagem dos Fundos de Investimentos em relação à previdência privada: o risco.
Acontece que, cada fundo de investimentos é destinado a um tipo de investidor: conservador, moderado ou arrojado. Se você investe em um fundo arrojado, os administradores desse fundo reinvestem seu dinheiro em opções mais arriscadas para rentabilizar o seu dinheiro. Aí a ousadia pode tanto trazer rentabilidade quanto um risco muito mais elevado para o investimento.
Claro que, em investimentos de longo prazo, os investidores ficam menos suscetíveis a riscos, já que a possibilidade de perda tende a se diluir com o tempo. Todavia, essa é uma precaução que o investidor precisa ter com relação aos fundos de investimento.
Já a previdência privada, sempre poderá ter uma fração dos recursos investidos em renda variável, mas outra fração sempre na segurança da renda fixa, buscando constantemente uma relação de risco e retorno interessante aos participantes do plano de previdência, sempre com uma visão de longo prazo.
E, na previdência privada, a instituição onde você investe seu dinheiro está sujeita à fiscalização e ao controle da Superintendência de Seguros Privados (Susep), no caso de bancos e seguradoras, ou da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), no caso de fundos de pensão. Ambos os órgãos são vinculados ao Ministério da Economia.
E a rentabilidade?
O Fundo de Investimentos apresenta alguns benefícios importantes, como a liquidez facilitada para aplicações de curto prazo. Quando o assunto, entretanto, é longo prazo, a previdência privada pode ser muito mais interessante.
O investimento garante rendimentos elevados, por preços acessíveis, com a segurança necessária, para garantir a tranquilidade e o conforto da família na hora da aposentadoria.
Outras vantagens da previdência privada que contribuem significativamente para uma maior rentabilidade são:
- menor Imposto de Renda quando o investimento for acima de dez anos, respeitando a regra Primeiro que Entra, Primeiro que Sai - PEPS;
- não incidência de come-cotas;
- benefício fiscal de até 12% da renda bruta anual tributável;
- não entra em inventário, sendo repassado diretamente aos beneficiários designados pelo participante;
- no caso de previdência privada sem fins lucrativos (fundos de pensão), as taxas de administração são menores.
Por tudo isso, você já sabe: se o horizonte do seu investimento é mesmo o longo prazo, a previdência privada é a melhor alternativa.
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