5 hábitos brasileiros que causam perda de dinheiro
A dificuldade crônica de “chegar ao fim do mês” é causada por maus hábitos financeiros.
Postado em: 18/07/2019
O brasileiro médio tem dificuldades de manter uma estabilidade financeira. Essa é a conclusão de um relatório do Banco Central do Brasil, de 2018, o qual afirma que, embora 64% dos brasileiros afirmem pagar suas contas em dia, 56% dos entrevistados assumiram não fazer orçamento doméstico nem familiar, e 69% relataram não ter poupado nenhuma parte da renda recebida nos últimos 12 meses.
Os dados do relatório revelam que, mesmo que haja vontade de colocar as finanças em dia – afinal, 72% dos entrevistados pensam se poderão pagar antes de comprar algo – o comportamento, na prática, é contraditório, pois 50% sentiram que, alguma vez nos últimos 12 meses, as despesas foram maiores do que a renda.
E mais: 69% não pouparam nenhuma parte da renda recebida nos últimos 12 meses. A falta de hábito de poupança – e, pior, de investimento – atinge todas as faixas etárias, principalmente nas faixas de renda inferiores, resultando em baixa capacidade de arcar com despesas imprevistas.
Essa dificuldade do brasileiro em “chegar ao fim do mês” é crônica, principalmente porque temos muitos maus hábitos financeiros que nos levam a perder dinheiro sem que a gente note. Veja cinco desses maus hábitos:
1) Não educar financeiramente
Este mau hábito está na base da cultura dispersiva que o brasileiro tem com o dinheiro. Em geral, o brasileiro adulto não educa os filhos para ter bons hábitos referentes ao dinheiro. Isso se dá, em grande medida, porque o próprio adulto não recebeu essa educação quando criança ou adolescente, mas também porque, mesmo depois de adulto, ele continua sem buscar educação financeira.
O que o brasileiro aprende sobre dinheiro é o que ele observa os pais fazerem, sem uma conversa ou direcionamento. Acontece que a observação que nós fizemos de nossos pais no período hiperinflacionário que vivemos nos anos 1980 e início dos anos 1990 foi ver ele receber o salário e correr para o supermercado para gastar tudo antes que o dinheiro desvalorizasse.
Como nossos pais nunca explicaram por que faziam isso, ou seja, como não tivemos educação financeira, assimilamos a cultura de imediatismo, de gastar rapidamente, de não poupar nem investir.
A Educação Financeira não consiste somente em aprender a economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro. É muito mais que isso. É buscar uma melhor qualidade de vida tanto hoje quanto no futuro, proporcionando a segurança material necessária para aproveitar os prazeres da vida e, ao mesmo tempo, obter uma garantia para eventuais imprevistos. E isso são poucas as famílias brasileiras que ensinam.
2) Não controlar suas despesas
Acredite, esse é o pior dos piores hábitos financeiros do brasileiro e o que mais causa perda de dinheiro sem que percebamos. Controlar suas despesas é básico. Às vezes, um pequeno valor descontado do seu extrato bancário pode passar despercebido, ou mesmo uma pequena compra é relevada, afinal, o preço é baixo, mas é aí, nas despesas do dia a dia, onde o dinheiro costuma esvair-se.
Esse mau hábito também está associado à nossa cultura de não termos uma educação financeira desde cedo. Quando damos umas moedas para nossos filhos, não orientamos sobre como gastar, deixando-os à vontade para comprar a guloseima que queiram, em vez de pensarem bem no que gastar – e se gastar. E o que acontece? Minutos após gastarem o dinheiro deles, estão pedindo mais dinheiro aos pais para comprar outra coisa que não tinham visto antes, não é mesmo?
Desde muito cedo não controlamos nossas despesas. Porém, ninguém melhor do que nós mesmos para cuidar do nosso dinheiro. Por isso, é muito importante tomar as rédeas de nossa vida financeira, sabendo exatamente onde estamos gastando para podermos cortar quando necessário. No início, pode ser difícil ter que documentar toda e qualquer despesa, mas, aos poucos, o costume tornará essa prática mais fácil.
O ideal é registrar cada transação no momento em que acontece, porém, se não for possível ou se você usa uma conta conjunta ou é responsável pelo controle das contas do casal, tire diariamente um tempo para conversar com seu cônjuge e relembrar as compras e os recebimentos do dia. E não esqueça de classificar os gastos (transporte, alimentação, contas básicas, vestuário, etc).
3) Não poupar
Aqui está mais um mau hábito do brasileiro que tem origem no período hiperinflacionário, onde o dinheiro desvalorizava muito rápido. Após essa época, quando a economia finalmente se estabilizou, passamos a uma fase em que os governos incentivavam a aquisição de bens e o consumo. Ou seja, o brasileiro foi “programado” para gastar, logo, guardar dinheiro não é algo que está enraizado na cultura do país.
Ao não conseguir guardar nenhuma parcela do seu salário, o brasileiro fica vulnerável a imprevistos. Quando precisa de um dinheiro rápido, ele corre para o banco e faz um empréstimo, entra no cheque especial, atrasa alguma conta, enfim, o famoso ‘se vira nos 30’. Porém, sem analisar corretamente a situação, no afã de resolver seu imprevisto rapidamente, o brasileiro, sem perceber, vê seu dinheiro indo embora pelas altas taxas de juros cobradas no país.
Para começar a mudar essa rotina, o passo anterior – controlar suas despesas – é fundamental. Não dá para poupar sem conhecer a fundo o seu orçamento. Para poupar, você precisa fazer isso assim que o dinheiro entra na conta. Esqueça aquela coisa de ”Vou poupar o que sobrar”, porque a verdade é que nunca sobra! Desta forma, após conhecer seu orçamento em detalhes e saber quanto dá para guardar, já separe essa quantia assim que entrar, tomando essa ação como uma prioridade.
4) Atrasar contas
Não pagar as contas em dia é uma consequência dos três maus hábitos anteriores: não educar financeiramente, não controlar suas despesas e não poupar. Isso, potencializado ainda por uma desorganização pessoal, leva o brasileiro a atrasar contas básicas e, consequentemente, pagar muitos juros.
Pagar as contas em dia é básico para não dar o seu dinheiro para o banco. Contudo, como vimos no relatório do Banco Central, 36% dos brasileiros admitem atrasar suas contas. Não é por menos que somos um país de pagadores de juros e não de recebedores, ou seja, trabalhamos para pagar juros, em vez de fazermos os juros trabalharem por nós.
E essa lógica de pagadores de juros vale também para quando parcelamos compras ou a fatura do cartão de crédito. O que o brasileiro leva em consideração é: se a parcela cabe no orçamento, não se analisam os juros. E esse é um dos maus hábitos do brasileiro que mais nos causam perda de dinheiro.
5) Não investir
Esse mau hábito está relacionado, principalmente, à nossa cultura imediatista, de querermos tudo agora e não pensarmos no futuro, mas, também, à falta de educação financeira que permita ao brasileiro explorar o imenso mar de possibilidades de investimentos.
O resultado é que apenas 31% das pessoas conseguem guardar dinheiro, e os que conseguem guardar aplicam na poupança por comodidade ou insegurança de buscar outras aplicações mais rentáveis, devido ao seu desconhecimento do mercado financeiro. Mais uma vez aqui, o brasileiro perde a oportunidade de ser um recebedor de juros, de fazer os juros trabalharem a nosso favor.
Afinal, poupar não é investir. Poupar é guardar dinheiro, enquanto investir é fazer o dinheiro render. Obviamente que, para investir, é preciso, primeiramente, criar o hábito de poupar. Mas você pode, assim que conseguir destinar uma parte da receita para essa “poupança”, começar a procurar alternativas de investimento e colocar o dinheiro para render.
Mudando os maus hábitos
Se você pesquisa formas de mudar seus maus hábitos financeiros e deixar de perder dinheiro, uma boa alternativa é efetivar um plano de previdência privada para estabelecer uma reserva de emergência. Na previdência privada, você é estimulado a separar um pequeno valor por mês, podendo começar com apenas R$ 50,00, e começa a desenvolver a cultura de pensar a longo prazo e, assim, fugir do imediatismo.
Esqueça aquele mito de que previdência privada é somente para aposentadoria. É um investimento como qualquer outro, tão seguro quanto à poupança e que rende muito mais. Além disso, é uma ótima ferramenta de educação financeira.
Se você quer começar a mudar seus maus hábitos já, nossos especialistas em previdência privada estão à sua disposição. Fale com a gente!
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