Como as pandemias afetaram a economia ao longo da História? - Família Previdência

Como as pandemias afetaram a economia ao longo da História?

O coronavírus não é a primeira pandemia a prejudicar a economia, seja global ou em algum continente especificamente.

Postado em: 20/03/2020

O mundo está assustado com a mais recente pandemia de coronavírus. Além dos efeitos na saúde da humanidade e do óbito de milhares de pessoas no mundo, a pandemia afeta cadeias globais de suprimentos, derruba Bolsas, interrompe produção, cancela eventos no mundo todo e eleva temores de uma recessão global.

Viagens aéreas, feiras internacionais, eventos, shows e até mesmo a simples circulação de pessoas têm sido restringidos em toda parte.

Abalos nos mercados globais elevam as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da pandemia na economia. Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados na China, na Itália, no Irã e na Coreia do Sul, os impactos e prejuízos já são sentidos em todo o mundo, inclusive aqui no Brasil.

Embora ainda seja difícil estimar a magnitude do choque da pandemia na economia, afinal, ninguém sabe por quanto tempo ela perdurará e quantas pessoas serão afetadas, já é praticamente consenso que a economia global e o PIB (Produto Interno Bruto) de todos os países atingidos deverão crescer menos que o esperado em 2020.

O próprio governo brasileiro já está revendo para menor sua projeção de PIB no ano: a princípio, de 2,4% para 2,1%, mas pode sofrer novos revezes à medida que a pandemia se espalha.

Porém, por mais assustador que a pandemia de coronavírus seja para os mercados globais, essa não é a primeira vez que uma doença se espalha e causa prejuízos às economias em diversos cantos do mundo.

O que é uma pandemia?

Pandemia é qualquer epidemia de doença infecciosa que se espalhe por uma grande região geográfica, como um continente ou até mesmo todo o mundo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, para uma pandemia começar são necessárias algumas condições, como o aparecimento de uma nova doença na população; o agente infecta humanos, causando uma doença séria; e o agente espalha-se fácil e eficientemente entre humanos.

No entanto, a condição básica da caracterização de uma epidemia em pandemia é o fato de o agente ser infeccioso, ou seja, contagioso, facilmente transmissível de uma pessoa para outra.

Como as pandemias afetam a economia?

As pandemias costumam afetar significativamente a força produtiva das empresas, principalmente a partir da perda de força de trabalho devido a mortes e enfermidades; mais faltas de funcionários e menor produtividade em virtude de obrigações familiares, distanciamento social e medo de infecção; interrupções operacionais, incluindo paradas e atrasos nas redes de transporte e cadeias de suprimentos; redução da demanda dos clientes; dano à reputação da empresa se a resposta de uma organização a um surto for vista como ineficaz ou se suas comunicações com as partes interessadas internas e externas forem vistas como incompletas ou enganosas

A partir desse quadro de tensão instalado na sociedade, com o receio de desaceleração econômica e a depreciação dos ativos, o reflexo mais visível das pandemias na economia é a queda nas Bolsas de Valores, especialmente das regiões mais afetadas. Em outras palavras, com receio de que a pandemia afete mais pessoas e exija esforços de governos para contê-la, investidores se antecipam e colocam seus recursos em investimentos seguros que não ações de empresas.

No caso do Brasil, por exemplo, os investidores estrangeiros tiram os recursos aplicados em empresas do País através da Bolsa de Valores e realocam esse dinheiro em títulos do Tesouro dos Estados Unidos ou de outro país economicamente mais estável ou que não tenha sido tão fortemente impactado pela pandemia, locais bem mais seguros para não haver perdas.

As últimas pandemias e seus impactos

Algumas pandemias entraram para a história da humanidade devido às proporções que tomaram, quase destruindo antigas civilizações inteiras. Alguns exemplos são a Peste do Egito (Grécia, 430 a.C.), a Praga de Antonine (Europa, Ásia Ocidental, Norte da África, ano 165), a Praga de Justiniano (Europa, Egito, Ásia Ocidental, ano 541) e a Peste Negra (Europa, Ásia e Norte da África, 1347), esta última responsável por mais de 100 milhões de mortes.

Desde o último século, nove pandemias decretadas pela Organização Mundial de Saúde atingiram o planeta, deixando um rastro de mortes e prejuízos na economia. Veja quais foram:

Gripe Espanhola (1918)

– Cerca de 40 milhões de mortes

– Perda de 11% no PIB nos EUA, 17% no Reino Unido, 15% no Canadá e 3% na Austrália

Gripe Asiática (1957)

– Cerca de 1,5 milhão de mortes

– Queda de 3% do PIB nos EUA, Reino Unido, Canadá e Japão

Gripe de Hong Kong (1968)

– Cerca de 1,2 milhão de infectados

– Aproximadamente US$ 26 bilhões em custos diretos e indiretos nos EUA

HIV/AIDS (1981)

– Mais de 70 milhões de infectados e 36,7 milhões de mortes

– Queda anual de 2% a 4% de crescimento do PIB na África

SARS – Síndrome de Doença Respiratória Aguda Grave (2003)

– Chegou em 37 países, principalmente China, Taiwan, Cingapura e Canadá

– 8.098 casos suspeitos e 744 mortes.

– Prejuízos de US$ 4 bilhões em Hong Kong, de até US$ 6 bilhões no Canadá e US$ 5 bilhões em Cingapura

Gripe Suína (2009)

– De 151.700 a 575.500 mortes

– Perda de US$ 1 bilhão na Coreia do Sul

MERS – Síndrome de Doença Respiratória (2012)

– Espalhou-se por 22 países, principalmente Arábia Saudita, Coreia do Sul, e Emirados Árabes Unidos

– 1.879 casos de pessoas com sintomas e 659 mortes

– Perda de US$ 2 bilhões na Coreia do Sul e o governo teve gasto de US$ 14 bilhões

Vírus Ebola (2013)

– 22 países, principalmente na África Ocidental, Libéria, Serra Leoa, e Guiné

– 28.646 casos de infecção e 11.323 óbitos

– Perda de US$ 2 bilhões na Libéria, Serra Leoa e Guiné

Zica Vírus (2015)

– Infecções em 76 países, principalmente na América Central, no Caribe e no Brasil

– 2.656 relatos de casos microcefalia e/ou malformação do Sistema Nervoso Central.

– Casos de malformação do sistema nervoso

– Perda de US$ 7 bilhões a US$ 18 bilhões na América Latina e no Caribe

Somente de 2001 a 2016, segundo levantamento global da consultoria de riscos Marsh, as pandemias causaram perdas econômicas na casa de US$ 197,7 bilhões no mundo.

Agora, diante da pandemia de coronavírus, especialistas recomendam que as empresas devam revisar, testar e atualizar os seus planos de negócios e gestão de crises para minimizar perdas financeiras.


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