Crises que já afetaram a Previdência Privada, mas que foram superadas - Família Previdência

Crises que já afetaram a Previdência Privada, mas que foram superadas

Em 40 anos, a Fundação Família Previdência já superou muitas crises. O segredo? Foco no longo prazo.

Postado em: 27/08/2020

Tempo de leitura: 12 minutos

O mundo vive uma das suas maiores crises econômicas da História, e os reflexos aqui no Brasil não serão mais suaves. Pelo contrário, a combinação de catástrofe sanitária com instabilidade política aponta para uma economia ainda mais prejudicada que em outros países.

No entanto, especialistas são cada vez mais unânimes em afirmar que o pior momento da crise já passou, e que temos que planejar a retomada desde já, embora ainda não tenhamos ideia de quando o coronavírus será controlado por meio de uma vacina ou da cura.

Mas, por mais crítico e turvo que seja o cenário atual, as crises econômicas são cíclicas no mundo capitalista e, por isso, fazem parte da nossa história – e podemos prever – farão parte do nosso futuro também. Elas acontecem de tempos em tempos, e a Fundação Família Previdência já enfrentou e superou muitas delas, razão que nos leva a afirmar com tranquilidade: superaremos esta crise também.

Como disse nosso Gerente de Investimentos, Bernardo Baggio, no artigo Palavra do Gerente de Investimentos: dicas para enfrentar a crise do novo coronavírus: “Eventualmente, momentos com maior volatilidade poderão existir, mas a alta rentabilidade da Fundação Família Previdência, nos seus mais de 40 anos, mesmo com as diversas crises pelas quais passou, é a prova disso. Apesar das diversas crises, o resultado dos investimentos supera a maioria dos investimentos disponíveis ao público em geral”.

Período da hiperinflação

Como relembrou nosso Diretor Financeiro, Gilberto Valdez, na live que realizamos da Jornada Financeira 2020, no início dos anos 1980 o Brasil entra em uma espiral de inflação altíssima, praticamente concomitante com a crise provocada pelo Terceiro Choque do Petróleo com a guerra Irã-Iraque, o que fez com que o Brasil tivesse, de 1980 a 1985, uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) na faixa de 20.000% (vinte mil por cento). Neste mesmo período, a Fundação Família Previdência obteve um rendimento real de 40%, ou seja, enquanto o INPC foi de 20.000%, a Fundação teve uma rentabilidade de 28.000%.

A Black Monday

Em 1987, outra crise: a Black Monday, uma crise de confiança no mercado norte-americano. No dia 19 de outubro de 1987, uma segunda-feira, o índice Dow Jones, um dos mais importantes termômetros do mercado de ações, despencou 22,6%. Essa foi a maior queda diária na história da bolsa norte-americana. O caos se espalhou pelo mundo. No Japão, a bolsa de Tóquio registrou uma queda de 15,6%, enquanto as ações neozelandesas perderam quase 40% do seu valor. O Brasil, na época, tinha uma economia mais fechada e não foi tão fortemente abalado, mesmo assim, a Black Monday teve efeitos por aqui.

O episódio Naji Nahas

Em 1989, tivemos o episódio Naji Nahas, em que o empresário libanês foi acusado de, sozinho, ter quebrado a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Nahas tomava emprestado de bancos e aplicava na Bolsa de Valores, fazendo negócios consigo mesmo por meio de laranjas e corretores, inflando as cotações. Ante grandes valorizações de ações, os bancos pararam de lhe emprestar, causando quebra em cascata na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que nunca se recuperou totalmente.

Plano Collor

Em 1990, veio, então, o Plano Collor, nome dado ao conjunto de reformas econômicas e planos para estabilização da inflação criados durante a presidência de Fernando Collor de Mello (1990-1992), com o confisco da poupança, ausência de capital circulando e redução drástica na liquidez dos investimentos de todos os tipos. Literalmente, as pessoas dormiram com dinheiro na conta e acordaram sem. A ideia era restringir o fluxo de dinheiro para parar a inflação, que havia batido 1.782,90% no acumulado de 1989. Contudo, a falta de dinheiro no mercado ocasionou uma enorme recessão. No dia do anúncio do Plano Collor (16 de março), o Ibovespa caiu 22%, e, ainda assim, fechou o ano com uma valorização de 300%. 

Plano Real

Em 1994, surgiu o Plano Real, que também trouxe um grande enxugamento da liquidez, embora bem menos do que o vivido com o Plano Collor. O período apresentou alguma volatilidade nos mercados, mas o saldo foi extremamente positivo para a economia, uma vez que estabilizou a moeda nacional, permitiu a abertura da economia, o equilíbrio fiscal e o contingenciamento do câmbio. A inflação, que foi de 46,58% no mês de implantação do Plano Real, em junho de 1994, despencou para 6,08% no mês seguinte, e nunca mais ficou descontrolada.

Crises do México, Asiática e da Rússia

De 1995 a 1998, o Brasil enfrentou os reflexos de três crises mundiais: a Crise do México (1995), a Crise Asiática (1997-1998) e a Crise da Rússia (1998). Em todas essas ocasiões, o país foi afetado diretamente, pois estava em reformas e necessitava de recursos, investimentos e financiamentos estrangeiros. Imensas somas de dinheiro deixaram o Brasil em cada um desses momentos devido ao medo que os grandes investidores tinham com os mercados emergentes. Como essas crises deixavam o Brasil sem meios de financiar seu plano de estabilização, o governo, fragilizado, via-se obrigado a aumentar a taxa básica de juros para remunerar melhor esses capitais, em uma tentativa de impedi-los de abandonar o país. A taxa de juros do Brasil chegou a 45% ao ano em março de 1999. Como consequência, houve maior endividamento público, mais cortes de gastos públicos, retração de alguns setores da economia e desemprego. A consequência: rendimento negativo do Ibovespa e péssima rentabilidade para os investidores.

Desvalorização do Real

Em 1999, o Governo Federal decretou uma desvalorização de 30% do Real frente ao Dólar, como forma de corrigir os rumos do Plano Real. Houve aumento da inflação e redução dos juros de 41% para 19%. Setores importadores da economia passaram a ter que lidar com preços mais elevados e a redução do consumo de produtos importados, geralmente substituídos por similares mais baratos produzidos no país. Bancos quebraram e ocorreu uma estagnação da economia, em um dos períodos de maior volatilidade do mercado nacional.

Estouro da bolha das empresas ponto com

Em 2000, aconteceu, nos Estados Unidos, o estouro da bolha da internet, também conhecida como bolha das empresas ponto com, uma bolha especulativa que ocorreu aproximadamente de 1994 até 2000, caracterizada por uma forte alta das ações das novas empresas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) baseadas na Internet. A consequência foram muitas empresas quebradas e a fuga de capitais do Brasil para socorrer a bolsa norte-americana.

Ataque às Torres Gêmeas

No ano seguinte, em 2001, tivemos o ataque terrorista às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, ocasionando um impacto imediato e significativo nos mercados mundiais. A New York Stock Exchange (NYSE), a American Stock Exchange (AMEX) e a NASDAQ não abriram em 11 de setembro e permaneceram fechadas até 17 de setembro. Quando os mercados de ações reabriram, o Dow Jones Industrial Average (DJIA), índice do mercado de ações, caiu 684 pontos, ou 7,1%, para 8.921, um recorde de recuo de um ponto em um dia. Não bastasse tudo isso, nesse mesmo ano tivemos a crise cambial na Argentina, que também influenciou significativamente a economia brasileira.

Crise do subprime

Em 2008, a Crise Imobiliária no mercado hipotecário norte-americano, também conhecida como Crise do subprime, derrubou o índice Dow Jones pela concessão de empréstimos hipotecários de alto risco, prática que arrastou vários bancos para uma situação de insolvência, repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo. A cascata de falências e quebras de instituições financeiras provocou a maior queda do índice Dow Jones e de bolsas de valores internacionais desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Logo após a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ter rejeitado a proposta governamental de socorro ao setor financeiro, a Bolsa de Valores de São Paulo chegou a cair 10,16%.

Crise grega

Em 2010, veio a Crise grega, que se iniciou através da Crise da dívida pública da Zona do Euro, quando diversos países da União Europeia ameaçaram abandonar o Euro e retomar suas moedas nacionais. O período foi de grande volatilidade e incertezas na economia até que o governo grego adotasse uma série de pacotes de austeridade que incluíam, inclusive, um congelamento de salários dos funcionários públicos, o que gerou enormes protestos e demoradas negociações.

Rebaixamento das notas de crédito dos EUA

Em 2011, a agência de classificação de notas de crédito Standard & Poor's (S&P) rebaixou pela primeira vez na sua história a nota da dívida pública dos Estados Unidos de AAA para AA+, devido à crescente dívida e ao pesado déficit de orçamento. Imediatamente ao rebaixamento da nota de crédito dos EUA, as bolsas de valores mundiais calcularam altíssimas perdas. Seguiu-se ainda que os dados divulgados no mês de agosto daquele ano apontavam que as economias da Zona do Euro haviam crescido menos do que o previsto, sendo que algumas já estavam em profunda recessão. No Brasil, o mercado derreteu, e o Ibovespa chegou a cair mais de 8% em apenas um dia.

Impeachment da presidente Dilma Rousseff

Em 2015, após assumir o seu segundo mandato como presidente, Dilma Rousseff passou a sofrer intensas pressões políticas ocasionadas, principalmente, pela forte recessão econômica iniciada logo após o término das eleições de 2014, levando a um recuo no Produto Interno Bruto (PIB) por dois anos consecutivos. A economia contraiu-se em cerca de 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016. A crise foi acompanhada e intensificada por uma crise política, que resultou em protestos contra o governo por todo o país e culminaram com o Impeachment da presidente Dilma Roussef em 31 de agosto de 2016.

Crise Rússia-Arábia Saudita

Mais recentemente, em 2019, o desentendimento entre Rússia e Arábia Saudita, dois dos maiores produtores de petróleo do mundo, derrubou o preço do barril, que chegou a ficar negativo no início de 2020 e deixou o mercado financeiro em pânico. A queda na cotação do petróleo diminui a receita de países que produzem a matéria-prima e recebem royalties proporcionais ao valor de produção, como o Brasil. As ações da Petrobras no Brasil chegaram a cair mais de 25% em uma manhã apenas, a maior queda já registrada para ativos da estatal.

Crise do coronavírus

Agora, 2020. Vivemos mais uma crise econômica e, desta vez, também epidemiológica. Mas, como vimos, esta não é a primeira e nem será a última crise pela qual o Família Previdência vai passar. Enfrentamos, praticamente, uma crise por ano desde nossa fundação em dezembro de 1979. O fundamental em todas elas é manter-se firme no objetivo de longo prazo, sabendo que volatilidades acontecem e que, ali na frente, os mercados se reestabilizam e então é possível recuperar eventuais perdas passageiras, como já está acontecendo. Afinal, somente no segundo trimestre deste ano (abril, maio e junho), o Família Previdência recuperou boa parte do resultado negativo do primeiro trimestre em um ritmo mais rápido do que o esperado pelo mercado, com rentabilidade de 8,63%.


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