PIX: o que é e como ele vai impactar a sua vida financeira? - Família Previdência

PIX: o que é e como ele vai impactar a sua vida financeira?

Um artigo para você entender como funciona o PIX, quais as vantagens e o que ele vai mudar na sua relação com o dinheiro.

Postado em: 11/11/2020

Tempo de leitura: 6 minutos

PIX, anunciado pelo Banco Central do Brasil no início de 2020, está entrando em vigor agora no mês de novembro. Certamente, você já deve ter lido, ouvido ou assistido a algum comercial dos grandes bancos e corretoras de investimentos falando sobre ele. Basicamente, o PIX é uma plataforma de transferências de dinheiro e pagamentos instantâneos.

Mais de 30 milhões de chaves de acesso ao PIX já foram cadastradas. O cadastramento pode ser feito com o CPF, CNPJ, e-mail ou número de telefone, e o usuário poderá ter duas chaves distintas, e é justamente por isso que o mercado financeiro está a todo vapor na mídia promovendo o PIX, na tentativa de fidelizar ao máximo os clientes.

A expectativa do Governo Federal é que haja uma revolução no mercado financeiro, uma vez que deve aumentar a competição entre as empresas, incluir mais pessoas no sistema bancário, facilitar as transações e, a princípio, com custo bem baixo aos usuários, pois será gratuito para pessoas físicas e Microempreendedores Individuais (MEIs), apesar de o Ministro da Economia, Paulo Guedes, já ter manifestado intenção de taxá-lo.

Mas, na prática, o que de fato o PIX vai mudar na sua rotina com o dinheiro?

Como funciona o PIX?

Para ter acesso ao PIX, é necessário possuir uma conta transacional (conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento). Mas, antes de começar a utilizar, é preciso se cadastrar junto à sua instituição financeira, gerando uma chave PIX, que poderá ser o número do seu telefone, ou seu e-mail, ou ainda CPF ou CNPJ.

Após todo o processo realizado, quem quiser fazer um pagamento para você só vai precisar fazer uma busca no sistema com a chave que você informou. Além da chave PIX, ainda existirá a opção do QR Code, o qual poderá ser estático (já está definido no aplicativo) ou dinâmico (gerado sempre ao final de cada transação).

Vantagens do PIX para o consumidor

Hoje, os brasileiros utilizam boletos, DOC e TED para fazer pagamentos, com altas tarifas por transações (alguns bancos chegam a cobrar mais de R$ 10,00), e o crédito demora para ser repassado. Então, o PIX vem com o intuito de agilizar e baratear essas transações. Com o PIX, essas operações serão automáticas, bastando apenas alguns segundos para que o dinheiro seja repassado de uma conta para outra.

Além disso, a plataforma estará disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, e permitirá, além da transferência de recursos, também o pagamento de tributos (inicialmente, os federais), de bens e serviços em estabelecimentos comerciais, como restaurantes e postos de gasolina, por exemplo, e pagamento de contas de conveniados, como água, luz e telefone.

Para garantir a confiança de todo o processo, o Banco Central afirma que serão utilizados meios inovadores e seguros para autenticação digital, como biometria e reconhecimento facial, a fim de evitar qualquer tipo de fraude.

Contudo, o consumidor precisa ficar atento pois, devido à velocidade das transações, uma compra ou transferência não poderá ser cancelada ou alterada após a confirmação do pagamento. A funcionalidade está disponível, no entanto, só poderá ser realizada pelo recebedor do dinheiro.

É completamente diferente de uma compra na Internet com cartão de crédito, por exemplo, quando o produto não chega ou vem com defeito, ou mesmo não atinge as expectativas, e o comprador pode pedir o estorno da operação ao banco ou diretamente à bandeira do cartão. Com o PIX, essa restituição do dinheiro só será possível com a anuência do vendedor ou recebedor do valor.

Impacto do PIX nos bancos

PIX tem potencial para promover a inclusão financeira de uma parcela da população que não possui conta bancária. O Banco Central estima entre 20 milhões e 45 milhões de pessoas que serão “bancarizadas”. Porém, não necessariamente em bancos.

Na avaliação de analistas, quem sai na frente com o PIX são as fintechs, que devem ganhar uma boa quantidade de novos clientes dispostos a se bancarizar para usar o PIX, mas não dispostos aos custos e às burocracias dos bancos tradicionais. E ganham também as startups de tecnologia, na oferta de soluções para essa bancarização.

Por isso, as fintechs, startups que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro, estão atentas para aumentar a sua fatia no mercado, trazendo para dentro de suas estruturas esse perfil de cliente.

Assim, o PIX promete aumentar a competitividade entre as instituições tradicionais e as fintechs, melhorando a oferta para o consumidor final e reduzindo custos das operações a partir do estímulo à concorrência entre elas.

Estimativas iniciais apontam uma perda de receita imediata para os bancos. Isso porque o PIX é gratuito para as pessoas físicas, ao passo que as transferências e demais operações bancárias existentes até hoje, geralmente, têm cobrança.

Entretanto, o impacto do PIX sobre os bancos não deve ser grande, isso porque apenas 2,7% da receita total dos bancos vêm dos produtos potencialmente ameaçados pelo PIX, entre eles, as transferências eletrônicas, os boletos, os pagamentos com cartão de débito e os saques em caixas eletrônicos.

Em países que já passaram por mudanças semelhantes, como a China e Índia, por exemplo, o que se viu foi um impacto sobre o uso do papel-moeda, dos cheques e das transferências eletrônicas, mas não sobre o uso do cartão de débito.


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