Queda em investimentos mostra porque ainda é importante investir na Renda Fixa
A regra é mesclar uma carteira que tenha Renda Variável, mas, também, a segurança da Renda Fixa.
Postado em: 21/08/2020
Tempo de leitura: 6 minutos
O cenário econômico e de investimentos todos já sabem como está: nebuloso. Veio a pandemia do novo coronavírus e as bolsas de valores desabaram em todo o mundo, e aqui no Brasil não foi diferente.
Pequenos investidores que experimentavam pela primeira vez o mercado de ações em busca de mais rentabilidade, especialmente quando a Selic começou a ser reduzida pelo Banco Central e afetou os rendimentos dos investimentos de Renda Fixa, ficaram apreensivos: afinal, para onde correr agora?
O que vale para eles é a mesma regra que vale para todos os investidores: diversificar. Em outras palavras, ninguém deve apostar todas as suas fichas na Bolsa nem todas as fichas na Renda Fixa.
O ideal é mesclar uma carteira de investimentos balanceada, com diversos ativos e que leve em consideração o perfil mais arrojado ou mais conservador do investidor. Assim, diversificando, ninguém será surpreendido por quedas abruptas nas bolsas nem ficará preso a rendimentos menores – embora mais seguros – na Renda Fixa.
E, dentro desta regra de diversificar sempre, há espaço não apenas para Renda Variável e Renda Fixa, mas também para a Previdência Privada, que deve compor qualquer carteira de investimentos nos dias de hoje, especialmente após a aprovação da Reforma da Previdência Social que dificultará muito o acesso à uma aposentadoria tranquila e com bons rendimentos.
Onde investir hoje para o curto prazo?
Existe um grande universo de produtos de Renda Fixa, dentre os quais, alguns que são mais indicados para a chamada reserva de emergência, de curto prazo, e outros que podem estar na cesta dos investimentos de longo prazo.
Para o curto prazo, aquele que você investe hoje para logo ali na frente resgatá-lo, num horizonte de apenas um ano ou menos, como uma reserva de emergência, por exemplo, existem os títulos públicos como o Tesouro Selic, os Fundos DI e os CDBs pós-fixados.
Mais do que oferecer rendimentos ao investidor, estes produtos têm o objetivo de proteger o dinheiro de quem investe e a possibilidade de sacá-lo rapidamente em caso de necessidade. Ou seja, o forte desses produtos é a segurança e a liquidez.
Como ganhar com o mercado em queda no médio prazo?
Para o médio prazo, com horizonte de resgate acima de três anos, produtos de Renda Fixa também devem fazer parte do portfólio de investimentos, uma vez que confere segurança aos investidores. Logo, quanto mais cuidadoso o investidor, maior deve ser a fatia desse tipo de aplicação na sua carteira.
Os produtos para o médio prazo podem ter liquidez menor e grau de risco maior que os da reserva de emergência. Por isso, títulos privados, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e debêntures de empresas com boa classificação de risco são boas indicações. Explicando de maneira simplificada, quando uma pessoa investe em debêntures, é como se ela emprestasse dinheiro à empresa.
E para o longo prazo?
Títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação, os populares títulos do Tesouro IPCA+, que remuneram o investidor a uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação no período são uma ótima pedida para diversificar seus investimentos com a segurança da Renda Fixa pensando num horizonte acima de dez anos sem que o patrimônio não seja corroído pela inflação no período.
Mas a Renda Fixa no longo prazo só será um bom investimento se o investidor tiver paciência e disciplina para seguir o planejamento financeiro e não o resgatar antes do prazo, o que poderia prejudicar a rentabilidade, uma vez que o Tesouro só garante a taxa contratada no vencimento do título.
E, claro, a Previdência Privada segue sendo um dos melhores investimentos de longo prazo. Aliás, é justamente o prazo estendido de aportes e construção do investimento que vão fazer a “mágica” dos juros compostos agir em favor do investidor da previdência privada e consolidar ótima rentabilidade. Por isso, se possível, comece cedo a sua.
Quanto investir em Renda Fixa e quanto em Renda Variável?
Se você é jovem, não possui tantos gastos fixos e não tem filhos que dependam da sua renda mensal, pode aplicar uma fatia maior da sua carteira de investimentos em Bolsa ou outro ativo de risco, de 20% a 50% do valor que você tem para investir todo mês.
Já se você for um investidor mais velho, que tem muitas despesas fixas como as tradicionais contas de água, luz, telefone e aluguel, e também tem dependentes, a regra é inversa. Neste caso, a Renda Fixa deve receber a maior parte dos seus aportes mensais numa proporção que vai de 60% a 90% dos seus recursos destinados a investimentos.
Essa inversão acontece porque a possibilidade de você ter que sacar o dinheiro mais rapidamente é maior quando se tem filhos ou mais despesas fixas, e os produtos de Renda Fixa são os que oferecem maior liquidez e menor volatilidade.
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